Thursday, April 13, 2006

ESPECIAL

Rappers diversificam temática e valorizam a métrica

Rodrigo Brandão, Lurdez da Luz, Kamau, Parteum, Paulo Napoli podem ser nomes totalmente desconhecidos para muitos. Mas eles estão entre os autores de algumas das letras mais poéticas da música brasileira atual.

Em comum, há o fato de serem rappers. Entre os compositores consagrados que já perceberam isso está o ministro da Cultura, Gilberto Gil, para quem esses novos letristas de rap são "muito hábeis". "Acho que eles desenvolveram uma habilidade grande e fazem isso com muita beleza", afirmou em entrevista à Folha.

Outro entusiasta é Chico Buarque, que, em um bate-papo com o escritor Paul Auster, publicado pela Folha em 2005, afirmou que o rap é "o tipo de música que uma vez foi feita, por mim e por outros, com uma temática social. Eles [ [ os rappers ] ] fazem isso melhor".

Talvez por isso, além de Mano Brown, do Racionais MCs, Chico Buarque seja o outro medalhão citado como influência por eles. "Minhas referências são, principalmente, Chico Buarque, Luiz Tatit e Itamar Assumpção, que não são rappers, mas são bons rimadores", conta Paulo Napoli, 29.

Alguns popstars, como o próprio Gil, além de Caetano Veloso e Zélia Duncan, já até rimaram ao lado de MCs. Os três participaram do segundo CD de
Rappin'Hood.
"Não me importa que seja um modelo americano, até no jeito de se vestir; me importa o discurso, que diz respeito a todos nós", afirma Zélia Duncan.

Mas é exatamente pelo discurso, que muitos ainda acham ser feito por "manos" para "manos", que esses compositores não foram revelados. No entanto, um olhar atento às letras mostra que esse universo vai muito além das quebradas e favelas, e as preocupações ao compor tangem poesia, métrica, rima e linguagem.

Nova escola

"Tenho influência das cacofonias do Luiz Tatit, que é um engenheiro de rimas", explica
Napoli. Ele faz parte da segunda geração do rap [ [ a primeira é a de Thaíde, DJ Hum e Racionais ] ]. Entre as características dessa turma, está a diversificação temática, que passa por letras de amor e complexas reflexões sobre a cidade.

Desse tópico, quem melhor trata é o Mamelo Sound System, formado por Lurdes da Luz e Rodrigo Brandão. Lurdes, 26, diz que eles procuram fazer algo original sobre um assunto que norteou a velha-escola do hip hop americano. "Os raps clássicos sempre falaram sobre a história de sua cidade e de como isso influencia seu dia-a-dia, ressaltando principalmente os aspectos cruéis", afirma.

Lurdes é autora de uma música com vocação para hit, "Liri Sista", em que fala sobre uma levada reggae. ""Liri" é um trocadilho com "lyrics", e "sista", com "sister" [letras e irmã, em inglês]", explica.

"Gosto de fazer combinações não tão usadas. Pensar em palavras originais para terminar as rimas", diz. "Depois, vem a parada do ritmo. Não tenho muito claro como seria a métrica, tipo poesia, que as pessoas contam as sílabas, mas existe a cadência, que influencia como vou fazer a levada."

Brandão, 32, também se guia pela intuição. "Não fico pirando nesse bagulho de métrica, porque acho que isso segue escolas de poesia que o hip hop vem para quebrar", diz. "Prefiro ir burilando, escutando muito som e buscando certas divisões para ficar mais gostoso musicalmente."

Outro que dispensa regras é
Kamau, 30, conhecido no meio hip hop por sua habilidade como improvisador. "Tento diversificar a métrica de acordo com a base e com o verso que está na minha cabeça, com o que quero falar."

Ritmo e poesia

O rap, explica o músico e professor da USP Luiz Tatit, é um estilo de canção que explora "a presença da fala". Por isso, segundo os rappers, é tão importante a tal levada.

"Se não for musical, tá chato, vira palanque", acredita Brandão. "O MC não é um cantor, não está interpretando uma melodia, mas tem que obedecer uma certa divisão rítmica e serve como um instrumento", teoriza Parteum, 30.

Fábio Luiz,
o Parteum, é autor de uma canção gravada por Ed Motta, "My Rules", e produziu faixas para Tom Zé, Nação Zumbi e seu irmão Rappin'Hood. Hoje, cuida do novo CD de MV Bill.

Suas letras se destacam por um rico vocabulário, reunido em rimas bem escritas. "Tento desenvolver algo que me satisfaça dentro e fora da música", diz Parteum. "O que faço tem vida própria, poderia ser um texto num blog ou um capítulo de um livro. Cabe a quem compra."

A poesia é um aspecto que, acredita Parteum, ando meio esquecido entre os rappers e precisa ser resgatado. "É fácil reclamar. Difícil é fazer isso com requinte"

POR:ADRIANA FERREIRA SILVA
da Folha de S.Paulo

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DJ PATIFE


"Na Estrada"

A maior força deste disco, o primeiro em que o DJ Patife produz todas as faixas, é também sua maior fraqueza. Ao procurar fazer um trabalho mais musical, em que as influências brasileiras servem como suporte para as batidas eletrônicas, o DJ torna a linguagem do drum n' bass mais orgânica e acessível. Por não ser mais novidade, a mistura já não é mais uma curiosidade exótica e portanto distrai o ouvinte da música em si.

É daí que saem as melhores partes do disco, como a versão de "Que Pena", de Jorge Ben. Em outros momentos, como no "Club mix" de "Overjoyed" de Stevie Wonder (muito melhor do que a versão "convencional" que também está no disco), a ênfase maior à batida funciona bem, dando mais calor e à produção.

E a fraqueza citada acima se dá justamente pelo mesmo motivo. A música brasileira com beats eletrônicos já virou lugar comum e em alguns momentos falta um pouco de ousadia, fazendo com que o trabalho se equilibre perigosamente na corda bamba que separa esta nova "MPB eletrônica" da música de salas de espera. No todo, um trabalho que pode ser um bom começo para uma linguagem que ainda deve se desenvolver.

OPINOU:Pedro Carvalho.SITE UOL

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ZEZÉ MOTA


Volta ao cenário musical

No ar em Sinhá Moça, onde interpreta a Bá da protagonista (Débora Falabella), Zezé Motta, está prestes a retornar ao cenário musical.
Segundo informações do Jornal O Globo, Zezé voltará a cantar e seu próximo álbum de trabalho a ser lançado já tem até título: O Samba Mandou Me Chamar.
Ainda de acordo com a publicação carioca, o CD será produzido pela cantora Maria Bethânia, que o lançará por seu selo Quitanda.
MARISA MONTE

Começa nova turnê no dia 27 de abril

Após gravar e lançar dois CDs de material inédito de uma só vez, Marisa Monte anunciou nesta terça-feira sua próxima turnê, "Universo Particular", que começa em Curitiba no dia 27 de abril. Após ficar na capital paranaense até o dia 30 de Abril e passar por Porto Alegre entre os dias 4 e 7 de maio, "Universo Particular" chega a São Paulo no dia 19 de maio, onde fica até 4 de junho. Depois vai para o Rio de Janeiro, onde continua até agosto. O nome da turnê mistura os títulos de seus dois novos discos, ""Universo ao meu redor" e "Infinito Particular", mas o repertório abrangerá toda a carreira da cantora, incluindo material dos Tribalistas. A banda de apoio, que inclui o ex-Novos Baianos e A Cor do Som Dadi no baixo, violão e guitarra; e Pedro Baby, filho dos também Novos Baianos Pepeu Gomes e Baby do Brasil no violão e guitarra, conta desta vez com o complemento de instrumentos como fagote, ukulele, cello e flugelhorn. O show também poderá ter participações esporádicas dos outros Tribalistas, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown e da Velha Guarda da Portela."Desde o começo das gravações destes dois CDs, sabia que as canções conviveriam nos shows com músicas gravadas por mim em outros discos e que seria importante uma atmosfera instrumental que pudesse servir bem a esse repertório ao vivo", diz Marisa Monte. A turnê é uma parceria com a fabricante de cosméticos Natura e faz parte do programa de patrocínio à cultura Natura Musical. O projeto, que existe há um ano já realizou 205 shows e 20 produções de CDs e DVDs em 16 estados brasileiros, entre outras atividades.

E explica criação de seus 2 novos CDs

A cantora e compositora Marisa Monte explica a criação de "Universo ao Meu Redor" e "Infinito Particular". Ela também tenta explicar o que, talvez, seja inexplicável. Qual a receita do sucesso? Qual CD vai vender mais? Por que demorou tanto?Logo de início, ela declara: "Não me considero uma cantora de samba". E também diz: "Acho que é uma conseqüência natural.Eu sou carioca; [o samba] é a maior expressão musical do Rio; eu gosto de música; na minha casa sempre se ouviu música... Minha carreira se construiu nisso". O tema é retomado mais à frente, quando ela se questiona. "Não sei me definir (...) MPB? Samba?"Mediado por Lorena Calábria -apresentadora que assinou contrato exclusivo com a Record e que deixa o canal pago em maio-, o grupo pergunta pouco e Marisa fala mais, não demais.Conta, por exemplo, que uma música com os parceiros Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown pode ser feita em 20 minutos ou em dez anos. Foi o que aconteceu com "Já Sei Namorar", o hit do premiado e mais vendido CD "Tribalistas" (2002), cuja melodia estava "perdida" numa fita cassete que só ganhou letra muito tempo depois. Já "Universo ao Meu Redor" foi feita em minutos, quando o trio esperava o sambista Paulinho da Viola -outro tópico da conversa com a cantora- para uma visita.A cantora fala também de suas preferências musicais atuais e antigas, de suas importantes pesquisas feitas com sambistas históricos como Monarco, das outras parcerias que aparecem nos CDs (Marcelo Yuka, Adriana Calcanhotto, Philip Glass, Eumir Deodato e João Donato, entre outros), da produção e introdução de novas sonoridades e instrumentos e ainda diz que seu maior desejo, agora, é estrear o show.

MAX DE CASTRO


Traça Linha do Tempo em novo CD

Max de Castro não fica parado. O músico, que estreou com um disco absolutamente autoral em 2002 e, na seqüência, fez trabalhos cheios de colaboradores, investe em um novo conceito: seu quarto álbum, programado para chegar às lojas em junho, tem o tempo como fio condutor.

"Quase todas as músicas falam muito do tempo. Quase todas as letras levam palavras como hoje, ontem e amanhã", conta Max, que atualmente cuida da mixagem do CD.

O título provisório do disco é Balanço das Horas, nome de uma das 10 novas canções gravadas. "O balanço, nesse caso, vai além da minha carreira. Não é sobre os últimos cinco anos. É sobre toda minha vida. E quanto mais particular você é, mais a sua história acaba sendo parecida com a de outras pessoas", diz o músico.

O novo CD de Max de Castro tem outra inovação. Foi todo gravado com a mesma banda. "Conheci os caras no meio do ano passado. Ensaiamos no estúdio em janeiro e no começo de fevereiro começamos a gravar o disco", conta o artista.

O resultado dessa união, segundo Max, é uma "coesão maior". "Antes era a minha concepção do álbum. E arrumava uma maneira de juntar as coisas. Era um processo muito mais solitário." Em parte por causa da divisão de opiniões musicais, o CD saiu com músicas mais curtas, menos elementos sonoros e várias guitarras. E, sim, para dar um toque especial, há João Donato tocando piano da faixa Programa. Participação que, só por ela, já vale uma audição bem cuidadosa do disco.